::: considerações :::

Com a mesma falta de vergonha na cara eu procurava alento no
Seu último vestígio, no território, da sua presença

Impregnando tudo que
Eu não posso, nem quero, deixar que me abandone
Não posso, nem quero, deixar que me abandone

A vida é doce, depressa demais.

Dobro os joelhos
Quando você me pega,

me amassa,

me quebra,

Me usa demais

Perco as rédeas

São novamente quatro horas, eu ouço lixo no futuro

E de repente o telefone toca e é você

Do outro lado me ligando,

devolvendo minha insônia

Quando você demora, devora,

implora sempre por mais

Eu sou navalha cortando na carne

Eu sou a boca que a língua invade

Sou o desejo maldito e bendito,

profano e covarde

Disfaça assim de mim

Que eu gosto e desgosto, me dobro,

Nem lhe cobro rapaz

Ordene e não peça

Sua meta é a seta no alvo

Mas o alvo, na certa não te espera

Eu corro todos os riscos, você diz que não tem mais vontade

Eu me ofereço inteiro, e você se satisfaz com metade

Deixe de lado as coisas que você tem,

Pra usar quando você crescer...

E o que você fez

Me enxergar com pressa,

É apenas tudo que me resta.

Trago o tempo pra você

Trago o tempo pra você queimar

Trago o tempo pra você soltar seu beijo
Fumaça no ar

Vou me distrair, vou pestanejar, vou engatilhar

Mas, não disparar e ai de você

Se não me entender

Não me faças caso, ou vou me perder

Entre chuva má ou mágoa sem cessar

Como um dia frio longe do mar

E ai de você se não me entender

Eu vou quebrar teus olhos

Você vai se entregar

...

- Feito pra mim, bom pra você. Deixa mudar e confundir!

- Deixa de lado o que se diz. Tem no mercado, é só pedir!...

- Me faz chorar... e é feito pra rir.

[São novamente quatro horas, eu ouço lixo no futuro tão depressa, tão depressa, depressa demais]

A vida é doce!