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30 dezembro 2012

tormenta

“I wanna see you as you are now
Every single day that I am living
Painted in flames, a peeling thunder
Be the lightning in me that strikes relentless”
(Snow Patrol – What If The Storm Ends)

 
Os olhos. Dela.  Piscavam rápido e olhavam para todos os lados. Absorviam cada cena, cada detalhe. Apesar na impaciência ela respirava devagar, sentindo o ar entrando e saindo, preenchendo os pulmões, lhe dando fôlego.

As mãos dele. Elas passeavam firmes em sua cintura, em seus ombros, em seus seios. Arrancaram sua blusa. Sua saia. Com delicadeza,  sua calcinha e o sutiã. Seguraram seu rosto.

Os olhos. Dele e dela. Se olharam firmes. Ela fechou os seus.

A boca. Dele. Encontrou a boca dela. Um beijo longo, molhado, faminto.
O corpo. Delenodela. Um. Só.

E tudo o que havia por perto evaporou...

22 novembro 2011

sempre

deram as mãos. passaram a caminhar juntos, olhando para frente. ouviam apenas o estalar dos sapatos nas folhas secas. o outono acabara e a primavera dava as caras no tempo, mas ainda havia muitas folhas no chão – com o tempo elas sumiriam por conta própria, esfacelando-se no vento.

“o que você vai fazer agora?” ele perguntou.

“ainda não sei bem. talvez eu me mude. estava pensando na bahia, uma daquelas cidades á beira mar. viver da pesca ou do artesanato.”

“você vai ter paciência?”

“a paciência foi o que mais exercitei neste ano, embora eu a tenha perdido muitas vezes, mas acho que posso coloca-la em prática para viver uma nova vida.”

“ainda vai continuar escrevendo?”

“eternamente.”

“vou ler sempre. prometo.”

“está bem.”

soltaram as mãos devagar, deixando que os dedos se separassem lentos uns dos outros escorrendo para a distância. sabiam que havia chegado ao fim. não o amor, mas a união.

ela continuou andando. ele ficou parado olhando para os cabelos dela se bagunçando no vento fraco, ficando longe, devagar, á passos lentos. ela não olhou para trás. estava decidida. não guardava mais raiva, nem mágoas. queria apenas mudar de ares agora, ver algo realmente novo. não estava disposta a se arriscar, apenas a fazer algo diferente, no entanto, confortável.

ele voltou-se para o lado oposto pondo-se a caminhar. não chorava mais, sentia apenas saudade. não era forte ainda, mas seria...

29 maio 2011

ela e ele (música para o verão)

só eu sei teu nome mais secreto/ só eu penetro em tua noite escura/ cavo e extraio estrelas nuas/ de tuas constelações cruas
adriana calcanhoto - teu nome mais secreto


Era verão e o dia acabara de nascer. Clareou forte e com a promessa de que seria um dia quente e cansativo. Ela abriu os olhos com preguiça e levantou-se cansada, nem parecia que havia dormido bem a noite toda. Abriu uma fresta da janela para espiar o tempo lá fora, não ventava e o sol estava esquentando o dia com crueldade “hoje é dia de derreter na rua” ela pensou. Passou pelo chuveiro devagar, deixou que a água refrescasse bem seu corpo, massageou os cabelos com o xampu novo e gostou do cheiro suave. Embora estivesse calor a água estava morna e tudo se misturava com o vapor, se espalhando pelas paredes, criando uma atmosfera aconchegante.


Lavou-se com detalhes como se estivesse se preparando para alguém. Vestiu-se com delicadeza e perfumou-se com uma sensualidade notável. Poderia conquistar qualquer coisa, estava realmente feliz e nem sabia o porque. Não tinha fome, saiu sem comer nada, mas estava satisfeita e caminhou pela rua com a leveza de quem flutua...

Teria um dia cheio pela frente e mesmo assim não se incomodou. Permitiu-se pode esperar pelo que viria e prometeu a si mesma que nada tiraria dela aquela sensação de que tudo daria certo.

Á noite já deitada enquanto o sono ia lhe fechando os olhos ela sorriu “boa noite meu amor, durma bem...”. Ele a abraçou e beijou seu ombro descoberto. Que sorte a dela de ter um amor de novo... Mesmo o calor suado da noite de verão não era um incomodo.

para o meu amor.

11 outubro 2010

severo blues

ninguém sabe, mãe.
está escuro e você não tem cura.

eu te amo.

mas o blues é severo: você não tem cura, mãe.
e você é meu amor sem cura. estou com você. para sempre.
estou com você no escuro no blues.

mãe...
estou.

chet... escute a voz, sempre.
escute mãe: eu te amo.

me escute e saia da sua camada de proteção e me ame.
porque eu te amo.
para sempre.